sexta-feira, 24 de outubro de 2008

"Eu quero é que as más línguas se fodam"

Gostava de sentir o que sente um mosquito quando se vem.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Espasmo

"Já nasceu!" Dito com um sorriso na cara, com uma lágrima no olho e com aquele ar de felicidade instantânea que, por ser instantânea é única. Dito isto depois de ser ter dito que isto está tudo uma merda, que está difícil, que está fodido, que um gajo anda cá e gozam com a nossa cara, que nos cospem em cima, que nos mandam para o caralho todos os dias. (Aqueles tipos que me dão vontade de mijar nas rodas dos carros importados que estão estacionados à frente da Assembleia.) E a poluição. E o planeta está a morrer, já não há florestas, o ar faz um gajo tossir e ter alergias, daqui a não sei quantos anos já não há petróleo, e os nossos netos vão ter a vida fodida. Mas ao menos dão-nos o futebol. Foda-se, ao menos isso. E prezo realmente quem nos quer dar mais instrução e verdade sobre o que se faz. (Golo do Sporting!) (Multas para pagar) (Filhos da puta, ladrões de merda que vivem à nossa custa) (Penalty)
Já nasceu!
(Já é sócio?)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Da Natureza das Coisas

Só estou em Teatro por causa das gajas boas.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O Segredo

Definitivamente, a resposta certa quando a questão da origem vem à baila, é a Aloysia Triphylla, vulgo Lúcia-Lima.
O segredo mais bem guardado do universo, que ninguém nunca tinha desvendado ou publicado, é hoje, por mim divulgado. O Arché da Physis é a Lúcia-Lima. Estou mesmo a ver o Anaximandro, o Anaxímenes e o Tales, todos reunidos em Mileto, na festa de anos do Tales a beberem um chazinho. Se o tivessem feito, teriam certamente evitado todas as calamidades que assolaram o mundo pós-Antiguidade Clássica. Felizmente fui presenteado com este dom que vai dar a paz e a felicidade intelectual a todos. E com isto ponho um ponto final em toda a Filosofia.
Que morram todos os pensadores.

domingo, 19 de outubro de 2008

Ridendo Castigat Mores

Ontem fui às putas com Deus. Receoso de ferir susceptibilidades, oculto os pormenores escabrosos que podiam eventualmente fazer parte de uma descrição mais realista. Mas eu amo as pessoas e tenho sinceramente medo do que possam pensar ou falar de mim.
Voltando ao dia de ontem. Quando estava a sair da já mencionada instituição, Deus aproximou-se de mim e convidou-me para ir beber um copo a sua casa. Logicamente fiquei aturdido, mas nunca poderia recusar um convite do Deus em pessoa para uma bebedeira. Respondi-lhe prontamente que sim e lá fomos nós. Chegámos a um T2 no Príncipe Real. Lá dentro estava um urso, uma gaja com asas a voar de um lado para o outro, um chinês, o Ratzinger, um cão, um maneta, três gémeas siamesas agarradas pela planta dos pés e um agente da Polícia Judiciária. Estavam todos sem roupa, numa orgia dionisíaca. Deus despiu-se e convidou-me para participar. Neste momento fiquei realmente fodido. Então Deus convida-me para ir beber um copo a casa dele depois de sairmos de uma casa de putas, e convida-me para pôr a minha pilinha no pipi de uma gaja com asas enquanto o Papa me lambe a orelha?
Se ele é Deus já sabia que o que eu queria era vinho e que depois de sair da casa de putas, o que menos me apetecia era fornicar um urso ou algum dos caracteres presentes na casa do Senhor. Roubei-lhe três garrafas de Tinto Divino de 99 e saí. Cheguei a minha casa e embebedei-me sozinho. Rezei um Pai Nosso e uma Avé Maria e pedi perdão com um Acto de Contrição.
"Meu Deus porque sois tão bom? Tenho muita pena de vos ter ofendido. Ajudai-me a não tornar a pecar."
Ámen.

sábado, 18 de outubro de 2008

Berlindes Magnéticos

Não. Isto não é só uma viagem em que vou de costas no comboio, a ouvir trinta mil conversas que não me interessam, com a perna da respeitável senhora que se apresenta ao meu lado a roçar na minha, a um ritmo irritantemente certinho. Certinho porque é da perna esquerda de uma respeitável senhora que trato. Evidentemente, se fosse a perna direita, significaria que não ia à janela e que a paisagem que me passaria à frente dos olhos seria a lista tão murchadora de pilinhas que se vê por baixo da inscrição "Para o seu conforto nesta carruagem". Se o facto fosse este, provavelmente teria dito "certo comó caralho", ou "estupidamente bem ritmado". Mas não. O termo é "certinho". Não sendo só uma viagem de comboio, não me posso desligar dos berlindes magnéticos que saltam de um lado para o outro, como se fizessem parte de um qualquer grupo ou rancho folclórico dançantes da mazurka. Dançam paralelamente à linha que se assemelha a um palito depois de ter tirado meio quilo de carne de perú do dente molar de um homem portador de um bigode farfalhudo. E falam. Uma língua magnética que nem se ouve. Mas entende-se. É perceptível como a interferência de um telemóvel em qualquer televisão. Linguagem universal. Cheiram execravelmente a positivo e a negativo. E a dança continua. Um cumprimento à respeitável senhora, um beijinho no bigode do senhor, um fellatio ao palito propriamente dito. Que se foda a República.